GRUPO ESPÍRITA AGOSTINHO E TEREZA DE JESUS

O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; Como filosofia, compreende todas as consequências morais que faz brotar dessas mesmas relações. Podemos defini-lo assim: Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bom como de suas relações com o mundo corporal.

E ainda, o Espiritismo é uma ciência nova que vem revelar aos homens, por meios de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele nos mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém ao contrário, como uma das forças vivas sem cessar atuantes da natureza, como fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e , por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo refere-se em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que Ele disse permaneceu obscuro ou falsamente interpretado.

O Espiritismo é a chave com o auxílio da qual tudo se explica de modo fácil.

Allan Kardec


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terça-feira, 30 de abril de 2024

LM - ESE - CI - AG - OP





                                “São provocados os fenômenos de que acabamos de falar. Sucede, porém, às vezes, produzirem-se espontaneamente, sem intervenção da vontade, até mesmo contra a vontade, pois que frequentemente se tornam muito importunos. Além disso, para excluir a suposição de que possam ser efeito de imaginação sobreexcitada pelas ideias espíritas, há a circunstância de que se produzem entre pessoas que nunca ouviram falar disso e exatamente quando menos por semelhante coisa esperavam.

     Tais fenômenos, a que se poderia dar o nome de Espiritismo prático natural, são muito importantes, por não permitirem a suspeita de conivência. Por isso mesmo, recomendamos, às pessoas que se ocupam com os fatos espíritas, que registrem todos os desse gênero, que lhes cheguem ao conhecimento, mas, sobretudo, que lhes verifiquem cuidadosamente a realidade, mediante pormenorizado  estudo das circunstâncias, a fim de adquirirem a certeza de que não são joguetes de uma ilusão, ou de uma mistificação.                                        

     De todas as manifestações espíritas, as mais simples e mais frequentes são os ruídos e as pancadas. Neste caso, principalmente, é que se deve temer a ilusão, porquanto uma infinidade de causas naturais pode produzi-los: o vento que sibila ou que agita um objeto, um corpo que se move por si mesmo sem que ninguém perceba, um efeito acústico, um animal escondido, um inseto, etc., até mesmo a malícia dos brincalhões de mau gosto. Aliás, os ruídos espíritas apresentam um caráter especial, revelando intensidade e timbre muito variado, que os tornam facilmente reconhecíveis e não permitem sejam confundidos com os estalidos da madeira, com as crepitações do fogo, ou com o tique-taque monótono do relógio. São pancadas secas, ora surdas, fracas e leves, ora claras, distintas, às vezes retumbantes, que mudam de lugar e se repetem sem nenhuma regularidade mecânica. De todos os meios de verificação, o mais eficaz, o que não pode deixar dúvida quanto à origem do fenômeno, é a obediência deste à vontade de quem o observa. Se as pancadas se fizerem ouvir num lugar determinado, se responderem, pelo seu número, ou pela sua intensidade, ao pensamento, não se lhes pode deixar de reconhecer uma causa inteligente. Todavia, a falta de obediência nem sempre constitui prova em contrário.”

 O Livro dos Médiuns - 82 e 83 .


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                 “Sou o grande médico das almas e venho trazer-vos o remédio que vos há de curar. Os fracos, os sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletos. Venho salvá-los. Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e vos achais oprimidos, e sereis aliviados e consolados. Não busqueis alhures a força e a consolação, pois que o mundo é impotente para dá-las. Deus dirige um supremo apelo aos vossos corações, por meio do Espiritismo. Escutai-o. Extirpados sejam de vossas almas doloridas a impiedade, a mentira, o erro, a incredulidade. São monstros que sugam o vosso mais puro sangue e que vos abrem chagas quase sempre mortais. Que, no futuro, humildes e submissos ao Criador, pratiqueis a sua lei divina. Amai e orai; sede dóceis aos Espíritos do  Senhor; invocai-o do fundo de vossos corações. Ele, então, vos enviará o seu Filho bem-amado, para vos instruir e dizer estas boas palavras: Eis-me aqui; venho até vós, porque me chamastes.”

 

O Espírito de Verdade

O Evangelho Segundo o Espiritismo 6 - 7.

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          “Jovem de 25 anos, falecida subitamente no lar, sem sofrimentos, sem causa previamente conhecida. Rica e um tanto frívola, a leviandade de caráter predispunha-a mais para as futilidades da vida do que para as coisas sérias. Não obstante, possuía um coração bondoso e era dócil, afetuosa e caritativa.

     Evocada três dias após a morte por pessoas conhecidas, exprimia-se assim:

     “Não sei onde estou... que turbação me cerca! Chamaste-me, e eu vim. Não compreendo por que não estou em minha casa; lamentam a minha ausência quando presente estou, sem poder fazer-me reconhecida. Meu corpo não mais me pertence, e no entanto eu lhe sinto a algidez... Quero deixá-lo e mais a ele me prendo, sempre... Sou como que duas personalidades... Oh! quando chegarei a compreender o que comigo se passa? É necessário que vá lá ainda... meu outro ‘eu’, que lhe sucederá na minha ausência?

Adeus.”                      

     O sentimento da dualidade que não está ainda destruído por uma completa separação, é aqui evidente. Caráter volúvel, permitindo-lhe a posição e a fortuna a satisfação de todos os caprichos, deveria igualmente favorecer as tendências de leviandade. Não admira, pois, tenha sido lento o seu desprendimento, a ponto de, três dias após a morte, sentir-se ainda ligada ao invólucro corporal. Mas, como não possuísse vícios sérios e fosse de boa índole, essa situação nada tinha de penosa e não deveria prolongar-se por muito tempo. Evocada novamente depois de alguns dias, as suas ideias estavam já muito modificadas. Eis o que disse:    

     “Obrigada por haverdes orado por mim. Reconheço a bondade de Deus, que me subtraiu aos sofrimentos e apreensões consequentes ao desligamento do meu Espírito. À minha pobre mãe será dificílimo resignar-se; entretanto será confortada, e o que a seus olhos constitui sensível desgraça, era fatal e indispensável para que as coisas do Céu se lhe tornassem no que devem ser: tudo. Estarei ao seu lado até o fim da sua provação terrestre, ajudando-a a suportá-la.

     “Não sou infeliz, porém, muito tenho ainda a fazer para aproximar-me da situação dos bem-aventurados. Pedirei a Deus me conceda voltar a essa Terra para reparação do tempo que aí perdi nesta última existência.

     ‘A fé vos ampare, meus amigos; confiai na eficácia da prece, mormente quando partida do coração. Deus é bom.’

     — P. Levastes muito tempo a reconhecer-vos?

     — R. Compreendi a morte no mesmo dia que por mim orastes.

     — P. Era doloroso o estado de perturbação?

     — R. Não, eu não sofria, acreditava sonhar e aguardava o despertar. Minha vida não foi isenta de dores, mas todo ser encarnado nesse mundo deve sofrer. Resignando-me à vontade de Deus, a minha resignação foi por Ele levada em conta. Grata vos sou pelas preces que me auxiliaram no reconhecimento de mim mesma. Obrigada; voltarei sempre com prazer. Adeus.”

 

Hélène

O Céu e o Inferno (2ª) - 3.


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    “Mas, objetam, se a Bíblia é uma revelação divina, então Deus se enganou. Se não é uma revelação divina, carece de autoridade e a religião desmorona, à falta de base.

     Uma de duas: ou a Ciência está em erro, ou tem razão. Se tem razão, não pode fazer seja verdadeira uma opinião que lhe é contrária. Não há revelação que se possa sobrepor à autoridade dos fatos.

    Incontestavelmente, não é possível que Deus, sendo todo verdade, induza os homens em erro, nem ciente, nem inscientemente, pois, do contrário, não seria Deus. Logo, se os fatos contradizem as palavras que lhe são atribuídas, o que se deve logicamente concluir é que ele não as pronunciou, ou que tais palavras foram entendidas em sentido oposto ao que lhes é próprio.    

     Se, com semelhantes contradições, a religião sofre dano, a culpa não é da Ciência, que não pode fazer que o que é deixe de ser; mas, dos homens, por haverem, prematuramente, estabelecido dogmas absolutos, de cujo prevalecimento hão feito questão de vida ou de morte, sobre hipóteses suscetíveis de serem desmentidas pela experiência.

     Há coisas com cujo sacrifício temos de resignar-nos, bom ou mau grado, quando não consigamos evitá-lo. Desde que o mundo marcha, sem que a vontade de alguns possa detê-lo, o mais sensato é que o acompanhemos e nos acomodemos com o novo estado de coisas, em vez de nos agarrarmos ao passado que se esboroa, com o risco de sermos arrastados na queda.                               

     Por guardar respeito aos Textos Sagrados, dever-se-ia obrigar a Ciência a calar-se? Fora tão impossível isso, como impedir que a Terra gire. As religiões, sejam quais forem, jamais ganharam coisa alguma em sustentar erros manifestos. A Ciência tem por missão descobrir as leis da Natureza. Ora, sendo essas leis obra de Deus, não podem ser contrárias a religiões que se baseiem na verdade. Lançar anátema ao progresso, por atentatório à religião, é lançá-lo à própria obra de Deus. É ao demais, trabalho inútil, porquanto nem todos os anátemas do mundo seriam capazes de obstar a que a Ciência avance e a que a verdade abra caminho. Se a Religião se nega a avançar com a Ciência, esta avançará sozinha.”

A Gênese 4 - 8 e 9.


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     “Tendo uma conversação com os Espíritos levado a falar do meu sucessor na direção do Espiritismo, formulei a questão seguinte:

     Pergunta — Entre os adeptos, muitos há que se preocupam com o que virá a ser do Espiritismo depois de mim e perguntam quem me substituirá quando eu partir, uma vez que não se vê aparecer ninguém, de modo notório, para lhe tomar as rédeas.                         

     Respondo que não nutro a pretensão de ser indispensável; que Deus é extremamente sábio para não fazer que uma doutrina destinada a regenerar o mundo assente sobre a vida de um homem; que, ao demais, sempre me avisaram que a minha tarefa é a de constituir a Doutrina e que para isso tempo necessário me será concedido. A do meu sucessor será, pois, mais fácil, porquanto já achará traçado o caminho, bastando que o siga. Entretanto, se os Espíritos julgassem oportuno dizer-me a respeito alguma coisa de mais positivo, eu muito grato lhes ficaria.

     Resposta — Tudo isso é rigorosamente exato — eis o que se nos permite dizer-te a mais.                        

     Tens razão em afirmar que não és indispensável; só o és ao ver dos homens, porque era necessário que o trabalho de organização se concentrasse nas mãos de um só, para que houvesse unidade; não o és, porém, aos olhos de Deus. Foste escolhido e por isso é que te vês só; mas, não és, como, aliás, bem o sabes, a única entidade capaz de  desempenhar essa missão. Se o seu desempenho se interrompesse por uma causa qualquer, não faltariam a Deus outros que te substituíssem. Assim, aconteça o que acontecer, o Espiritismo não periclitará.

     Enquanto o trabalho de elaboração não estiver concluído, é, pois, necessário sejas o único em evidência: fazia-se mister uma bandeira em torno da qual pudessem as gentes agrupar-se. Era preciso que te considerassem indispensável, para que a obra que te sair das mãos tenha mais autoridade no presente e no futuro; era preciso mesmo que temessem pelas consequências da tua partida.

     Se aquele que te há de substituir fosse designado de antemão, a obra, ainda não acabada, poderia sofrer entraves; formar-se-iam contra ti oposições suscitadas pelo ciúme; discuti-lo-iam, antes que ele desse provas de si; os inimigos da Doutrina procurariam barrar-lhe o caminho, resultando daí cismas e separações. Ele, portanto, se revelará, quando chegar o momento.                                      

     Sua tarefa será assim facilitada, porque, como dizes, o caminho estará todo traçado; se ele daí se afastasse, perder-se-ia a si próprio, como já se perderam os que hão querido atravessar-se na estrada. A referida tarefa, porém, será mais penosa noutro sentido, visto que ele terá de sustentar lutas mais rudes. A ti te incumbe o encargo da concepção, a ele o da execução, pelo que terá de ser homem de energia e de ação. Admira aqui a sabedoria de Deus na escolha de seus mandatários: tu possuis as qualidades que eram necessárias ao trabalho que tens de realizar, porém não possuis as que serão necessárias ao teu sucessor. Tu precisas da calma, da tranquilidade do escritor que amadurece as ideias no silêncio da meditação; ele precisará da força do capitão que comanda um navio segundo as regras da Ciência. Exonerado do trabalho de criação da obra sob cujo peso teu corpo sucumbirá, ele terá mais liberdade para aplicar todas as suas faculdades ao desenvolvimento e à consolidação do edifício.

     P. — Poderás dizer-me se a escolha do meu sucessor já está feita?

     R. — Está, sem o estar, dado que o homem, dispondo do livre-arbítrio, pode no último momento recuar diante da tarefa que ele próprio elegeu. É também indispensável que dê provas de si, de capacidade, de devotamento, de desinteresse e de abnegação. Se se deixasse levar apenas pela ambição e pelo desejo de primar, seria certamente posto de lado.

     P. — Frequentemente se há dito que muitos Espíritos encarnariam para ajudar o movimento.

     R. — Sem dúvida, muitos Espíritos terão essa missão, mas cada um na sua especialidade, para agir, pela sua posição, sobre tal ou tal parte na sociedade. Todos se revelarão por suas obras e nenhum por qualquer pretensão à supremacia.”

 

Obras Póstumas – Meu Sucessor.

 


 


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